- Anda logo (Seu nome), a vovó está nos esperando. A gente ainda tem que ir viajar amanhã. - Minha mãe gritava lá da sala enquanto eu me arrumava, eu não quero ir ver a vovó, muito menos ir viajar.
- Que saco, dá pra esperar? - Eu disse bufando irritada.
- Não, não dá. - Ela disse irritada e eu ouvi a porta do meu quarto abrindo. – Vai logo, eu vou levar sua mala lá pra baixo, pois vamos dormir na vovó.
- E eu achando que não podia melhorar. - eu disse irônica colocando minha mochila nas costas.
- Só sabe reclamar. - Minha mãe disse saindo do quarto. Coloquei meu tênis e desci.
- Pronta senhora, vamos. - Eu disse saindo de casa irritada e entrando na Santa Fé prata da minha mãe, eu só tenho 17 anos e não posso dirigir ainda.
Eu ainda estudo, pois repeti duas vezes o segundo ano do colegial, por isso ainda estou no segundo ano. Eu não sou rebelde, só quero a atenção da minha mãe, ela só sabe trabalhar e trabalhar. Eu não tenho um pai presente na minha vida, minha mãe me proibiu de ver ele, ela disse que era melhor assim. Mas eu sinto falta dele, a ultima vez que o vi eu tinha 9 anos, não lembro muito dele, só sei que ele tem os olhos mais claros que eu já vi na vida, ele é quase da cor do leite e tem um cabelo loiro bem liso. Se eu não me engano eu tenho um irmão mais velho, não lembro o nome dele.
- Para de birra (S/N), eu já disse que as coisas não são como você quer. - Minha mãe disse dando a partida no carro.
- Não são mesmo, afinal nem o meu próprio pai eu tenho o direito de ver.
- Eu já disse que é melhor assim, não vamos discutir sobre isso de novo.
- Porque mãe? Porque você sempre muda de assunto quando o assunto é "meu pai". - Eu disse olhando pra ela que me olhou rapidamente e voltou seu olhar para o transito.
- Olha, eu já te disse que ele não é a melhor pessoa para conviver e você não vai ver ele de novo. Chega. - Ela disse irritada.
- Ele por um caso é um traficante? Um matador de aluguel? Um estuprador? Um maníaco? Um assaltante? Um drogado? Oque ele é? – Eu disse e ela riu.
- Quem dera se ele fosse algum desses. – Ela disse e eu não entendi nada.
- Ãn? – Eu a olhei confusa e ela não me respondeu.
Eu tava cansada disso, eu pareço uma criança que nunca sabe oque está acontecendo. ARG, não vou ficar discutindo porque nunca chega ao ponto que eu quero. CONHECER O MEU PAI. Coloquei os fones de ouvido e estava tocando The A Team – Ed Sheeran, essa musica é perfeita, mas triste. Chegamos na minha vó e já estava de noite, então cumprimentei todos e fui dormir, eu tenho um quarto só meu aqui e isso é bom. Coloquei meu pijama e me joguei na cama, ainda com os fones e dormi.
Dearly beloved, if this love only exists in my dreams...
Don't wake me up
Too much light in this window, don't wake me up
Only coffee no sugar, inside my cup
If I wake and you're here still, give me a kiss
I wasn't finished dreaming, about your lips
Acordei com o meu celular tocando e ri disso, pelo fato do despertador do meu celular tocar uma musica que diz “Não me acorde”. Me levantei e separei a minha roupa para ir viajar, coloquei ela sobre a cama e desci, tomei café com meus avós e minha mãe e subi. Prendi meu cabelo em um coque alto, me despi e entrei no chuveiro, fiquei cantarolando as musicas que tocavam no meu celular e sai do banho. Fui até o quarto enrolada na toalha e me vesti. Peguei minha mochila e coloquei o que eu poderia usar na viagem: Meu not, o carregador do not e o do iPhone e minha jaqueta para caso fizesse frio durante a viagem. Peguei a mala com as minhas roupas e desci, joguei ela e a mochila perto da porta e me deitei no sofá. Fechei meus olhos e quando estava quase dormindo a minha mãe me chama
- Anda (S/N), já estamos de saída. - Ela disse e eu me levantei.
- Ok, vou pro carro. - Eu disse pegando minha mala e minha mochila e indo até o carro. Joguei minha mala no porta mala e entrei no carro, pulei para os bancos de trás e me deitei lá. As vezes eu agradecia mentalmente pelo fato do carro da minha mãe ter 7 lugares, eu posso ficar deitada aqui atrás sem ninguém me atormentar. Eu só não entendo qual motivo de ter um carro de 7 lugares quando só eu e ela andamos nele. Enfim, vou dormir que eu ganho mais. Coloquei os fones e escutei as portas abrirem e fecharem e senti o carro entrar em movimento.
- Hey, (S/N). - Escutava alguém me chamar mas recusava abri o olho. - Chegamos querida, acorda. - Era minha vó, com essa voz calma e tranquila. Eu queria que ela me acordasse sempre, minha mãe quando me acorda só não toca tambores pois ela não tem nenhum.
- Ok vó. - Eu disse sorrindo fraca e me sentando. Desci e ajudei a levar tudo para dentro da casa.
- Filha, vai comprar pão ali na padaria pra mim?
- Vou mãe. - Eu disse pegando o dinheiro e saindo de casa. Na volta da padaria vi um menino MUITO perfeito entrando na casa ao lado da minha, que deus grego. Ele entrou na casa dele e eu na minha, entreguei o saco de pão pra minha mãe e fui mexer no computador.
- Dias depois-
Véspera de natal, que legal. Eu fiz amizade com o menino da casa ao lado, o nome dele é Finn, ele mora em São Paulo assim como eu, mas vai se mudar para Londres na metade do ano que vem. Ele me convidou pra uma festa e minha mãe deixou eu ir. Terminei de fazer a trança no meu cabelo e já estava quase na hora de ir até a casa dele, eu estava pronta e fui até a sala.
- O que acha dessa roupa, mãe? - Eu perguntei dando uma volta.
- Uau filha, você está linda. - Ela disse me dando um beijo.
- Obrigada mãe, já estou indo. Tchau vó e vô. Fui. - Disse indo até a casa dele. Cheguei lá e toquei a campainha. Meu celular vibrou avisando que tinha uma nova mensagem da Júlia, minha unica amiga, na escola eu sou conhecida como "A anti-social", no visor estava marcado IDIOTA, que é como eu a chamo, abri a mensagem e sorri com aquilo "Bom, ainda não é natal mas feliz natal, gorda. Te amo muito."
- AHAN.- Ouvi alguém pigarrear e lembrei, estava na frente da casa do Finn. Ele estava diferente mas lindo.
- Ah, desculpa Finn. - Eu disse sorrindo e dei um abraço e um beijo nele.
- Er, eu não sou o Finn. Você deve ser a (S/N), certo?
-Sim e ãn? - Eu disse assustada.
- Eu sou o Jack, irmão do Finn. - UOU, eles são idênticos.
- Perfeição ao quadrado. - Eu disse baixo olhando pro chão.
- O que você disse?
- Nada, nada.
- Vamos entrar?
- Vamos. - Eu disse entrando e ele me guiou até a sala. Lá estava Finn, eu fui até ele e o abracei. - Oi FINN. - Eu disse dando enfase no nome dele.
- Oi Megan. - Ele disse sorrindo. - Acho que já conheceu meu irmão. - Ele disse e apontou para Jack que estava parado ao lado dele e eles são 100% idênticos. (eles estavam com essa roupa)
Jack
Finn
- Sim. Jack, certo? - Eu disse e ele sorriu.
- Sim. Bom, vamos pra festa? - Jack disse sorrindo.
- Vamos.
Fomos para festa e já estava perto da meia noite, eu já tinha bebido um pouco e estava dançando com o Finn e Jack olhava estranhamente para nós.
- Eu preciso falar com você. - Finn disse encarando Jack.
- Fala.
- É o Jack, ele gostou de você. Mas ele tem medo de levar um fora.
- Nossa. Eu não daria um fora nele, tenho que confessar que vocês são lindos. - Eu disse e senti minhas bochechas queimarem.
- Pera, vou chamar ele. - Finn disse e saiu.
- FINN, PERA AE.- Eu disse mas ele já estava longe. Fui até o bar e pedi uma bebida estranha e azul que uma mulher tinha pedido ao meu lado.
- Eer, (S/N). - Jack disse ao meu lado.
Bom, eu estava com uma amizade incrível com os meninos e eles são muito engraçados. Eu e Jack não sentíamos nada mais do que atração um pelo outro, estamos ficando só por ficar. Eu iria embora daqui 30 minutos.
- Bom, então é isso. Foi ótimo conhecer vocês e eu espero não perder o contato. Vocês já tem o meu número de celular, meu twitter, meu face e até meu endereço. Então eu quero encontrar com vocês mais vezes. - Eu disse abraçando os dois de lado.
- Foi bom conhecer você também baixinha. - Finn disse bagunçando o meu cabelo.
- Lá vem você de novo com esse apelido. - Eu disse revirando os olhos.
- Bom, vem. Vou te levar até a sua casa. - Jack disse e eu dei um beijo no Finn e fui.
- Sabe, foi bom te conhecer também, baixinha. - Jack disse parando em frente ao meu portão.
- Você também?
- É legal e é verdade. Eu tenho 1,70 e você não tem nem 1,60. Você é baixinha. - Ele disse apertando o meu nariz e eu o mostrei a lingua.
-
Feio. - Eu disse sorrindo e o beijei.
- Tchau, coisa chata. - Ele disse me abraçando, dei mais um selinho nele e entrei.
- Já estamos saindo filha. - Ela disse e eu peguei minha mochila.
- Não gosto de viajar de noite. - Eu disse e fui até o carro com ela e meus avós.
- Amanhã de tarde eu tenho uma reunião, não podemos ir amanhã cedo.
- Ok, não temos escolha. - Eu disse e entrei no carro, pulei para os bancos de trás e liguei meu not, fiquei no tumblr e resolvi dormir.
- Filha, suas aulas voltam quando?
- Acho que só dia 28, mãe. Droga, está chovendo. - Eu disse e olhei pela janela enquanto a chuva só aumentava e aumentava.
- Ah, então tudo bem. - Ela disse e eu continuei parada olhando a janela. Eu não conseguia dormir, aquela chuva e a escuridão estavam me incomodando, me sentei no banco e fiquei olhando a estrada.
- MÃÃÃÃÃE, UM CAMINHÃO NA NOSSA DIREÇÃO. - Eu gritei desesperada, mas a unica coisa que eu vi foi um clarão. Fechei meus olhos e me encolhi no banco.
- Oi Jack. - Eu disse e sorri.
- Podemos conversar lá fora?
- Claro. - Eu disse e virei o copo rapidamente. Ele pegou na minha mãe e fomos até lá fora. a gente conversou e eu acabei ficando com ele. Voltamos pra casa e marcamos de sair no ano novo.
~dias depois~
Escutei um barulho muito alto e gritos. Depois uma escuridão tomou conta de mim e eu escutava barulho de pessoas falando, sirenes. Senti alguém me pegar no colo e me deitar sobre a estrada, a chuva batia no meu rosto mais eu não conseguia me mexer, estava paralisada e não conseguia abrir os olhos, apenas sentia a chuva e escutava tumulto. Sentia dor em vários lugares do meu corpo. Minha testa estava ardendo e meu pulso também, mas era na perna que eu sentia uma dor insuportável.
- Tirem a mulher do banco da frente e a senhora do banco de trás. O senhor no banco da frente não está com batimentos, então tentem recuperar as outras vidas. - Alguém gritava aquilo e então eu entrei em desespero, o meu vô estava morto. Eu queria gritar mas meu corpo não correspondia aos meus comandos.
- A senhora está em coma e a mulher está presa nas ferragens. - Outra pessoa gritava e então meu desespero tomou conta de mim. Eu senti minhas lagrimas quentes escorrerem pelo canto dos meus olhos enquanto a chuva fria molhava todo o meu corpo. Senti uma picada no meu braço e apaguei de vez.
Acordei e estava em uma sala toda branca e com vários fios no meu corpo. Me lembrei do que tinha acontecido e então comecei a chorar. minha vó em coma e meu vô morto. E onde está a minha mãe? ELA ESTAVA PRESA NAS FERRAGENS.
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH. - Gritei e então pessoas entraram no meu quarto. - CADÊ A MINHA MÃE? CADÊ ELA? - Eu gritava desesperadamente.
- Calma, ela está no outro quarto. Jaja poderá ir ve-la. Meu nome é Fernanda. Sou a enfermeira que esta cuidando de você.
- O que aconteceu? - eu disse ainda chorando.
- Bom, você terá que ser forte.
- Fala logo. - Eu disse impaciente.
- O seu avô, ele.. Ele faleceu. - Ela disse e meu coração apertou, eu já sabia disso, mas não estava acreditando. - E a sua avó,bom.. Ela está em coma profundo.
- O QUE? - eu disse chorando mais ainda.
- E a sua mãe, ela está bem. Mas ainda corre riscos.
- Mas... Ai meu deus. Eles são a minha unica família. - Eu disse e comecei a chorar.
- Bom, eu vou tirar esses fios de você e te levar para ver a sua mãe, ok? Mas você precisa ser forte.
- Ok. - Ela veio e tirou algumas agulhas de mim e vários fios que estavam sobre o meu peito.
- Vem. - Ela disse e me estendeu a mão. Foi ai que eu percebi que estava com uma perna quebrada. - Você vai ir em uma cedeira de rodas, ok?
- Sim. - Eu disse e me sentei na cadeira. Fernanda foi conversando comigo.
- Bom, eu não sei como mas a sua mochila ficou intacta. Ela estava na unica parte inteira do carro, então seu celular e seu computador estão com ela lá no seu quarto. E você estava na parte que foi menos afetada, quebrou a perna pois ela ficou entre o banco. A sua testa você bateu e o seu pulso cortou com alguns cacos de vidro. Uma garota, acho que o nome dela era Júlia, esteve aqui hoje mais cedo e disse que volta as 18 horas, ou seja.. - Ela disse e olhou no relógio. - Daqui uma hora.
- Obrigada Fernanda.
- Chegamos. - Ela disse e abriu a porta e minha mãe estava deitada na cama, com vários fios ligados a ela e um aparelho que ficava apitando. Ela também tinha vários curativos no rosto e estava com a perna quebrada, assim como a minha. Mas o gesso da perna dela ia até o fim da coxa, enquanto o meu ia até um pouco antes do joelho.
- Mãe. - Eu disse chegando perto dela, Fernanda me ajudou a levantar e saiu do quarto. - Mãe, pode me ouvir? - Eu disse e ela tentou abrir os olhos.
- Filha? - Ela disse com a voz fraca.
- Mãe sou eu, (S/N). - Eu disse e ela me olhou, eu comecei a chorar.
- Filha, eu não sei se vou sobreviver, então.. - Ela estava muito fraca e ela tinha que sobreviver. - Eu quero que se algo acontecer comigo, você vá morar com o seu pai. Já que ele é o único que você terá. Por favor, não chora. Você vai conhecer o seu pai. - Ela disse tentando sorrir.
- Não mãe, eu não quero ele. Eu te amo. - Eu disse chorando mais.
- Hey.. - Ela disse e tossiu. - Olha, eu sei que você é forte. Julia veio aqui hoje e ela vai pegar o telefone do seu pai que etá lá em casa e você vai ligar pra ele. - Ela disse tão baixo que eu quase não conseguia ouvir.
- Não mãe, não. - Eu disse e então a Fernanda entrou na sala.
- Hora de ir, ela precisa descansar. E bom, sua avó infelizmente acaba de falecer. - Ela disse tão calma que parecia que ela estava dizendo algo tão normal quanto "Você quer chá?". Vi lágrimas nos olhos da minha mãe e a abracei.
- Mãe, mais tarde eu volto. - Ela apenas me olhou e então fechou os olhos, Fernanda me tirou rápido de lá e na porta do quarto fez um sinal para alguém, então vi médicos entrando no quarto da minha mãe. - O que tá acontecendo? - Ei disse olhando para Fernanda que me olhava com dó.
- Lembra que eu disse que você precisava ser forte? - Ela disse e então eu entendi, minha mãe estava morrendo. Eu não conseguia chorar, estava paralisada.
~Dias depois~
Eu já havia saído do hospital e minha família já havia sido enterrada, eu não saia do quarto por nada e estava morando com Júlia.
- (Seu Nome), eu vou pegar o telefone e você vai ligar pro se pai. E eu to mandando.
- Não Júlia. Como eu vou falar com ele? Não dá. - Eu disse e ela me olhou brava.
- Toma, tá chamando. - Ela disse e me entregou o telefone.
- ARG.
~ligação onn~
- Alô? - Um homem disse do outro lado.
- A-Alô. Por favor o Christian.
- É ele, quem fala?
- É, a (Seu nome).
- FILHA? - Ele disse surpreso.
- Sim, bom eu preciso muito conversar com você. É um assunto muito sério.
- Pode falar. - Ele disse e eu senti uma lágrima escorrer.
- É que, a minha mãe.
- O que tem a Jessica?
- Ela.. ela morreu.
- Ai meu deus
- E os meus avós também.
- Você está sozinha ai?
- Sim e não. Eu estou na casa da minha amiga, mas antes de morrer, minha mãe pediu para eu ligar pra você.
- Você vai ter que vim morar comigo. - Ele disse sério e determinado.
- Sério?
- Sim. E eu vou comprar passagens para amanhã.
- Oi?
- É isso. Amanhã você estará em Londres, filha.
- Christian, isso é..
-
(Seu Nome), pode me chamar de pai.
- P-pai, err, ok. Eu tenho que desligar.
- Ok, amanhã eu te ligo. Eu te amo filha.
- Eu posso não me lembrar de você, mas eu também te amo pai.
~ligação off~
- Eai? - Júlia perguntou.
- Eu vou para Londres amanhã.